"O dinheiro é infecundo. Ora, a usura queria fazer com que ele frutificasse. [...] Tomás de Aquino afirma: a moeda [...] foi principalmente inventada para as trocas; assim, seu uso próprio e primeiro é o de ser consumido, gasto nas trocas. Por consequência, é injusto receber uma recompensa pelo uso do dinheiro emprestado. [...] O dinheiro em si e por si não frutifica, mas o fruto vem de outra parte"Le Goff, Jacques, A bolsa e a vida: economia e religião na Idade Média. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 29 (Adaptado).
- Sobre a temática relativa ao dinheiro no período final da Idade Média, marque a opção correta:
A) O fortalecimento das relações basicamente servis e de
vassalagem, caracterizando o universo feudal do medievo, se baseou em transações monetárias, estabelecendo o pagamento em dinheiro por horas de trabalho
e por mercadorias;
B) Com o apoio crescente das elaborações ideológicas desenvolvidas pelo clero católico e das estruturas militares oferecidas pelos nobres, os príncipes rapidamente
tomaram providências contra o uso do dinheiro nas diversas relações econômicas desenvolvidas nas crescentes feiras - renascimento comercial - e na retomada das
atividades urbanas - renascimento das cidades -;
C) O desenvolvimento da economia monetária promove
um deslocamento dos sujeitos de apoio ao poder dos
príncipes, afirmando gradativamente a influência crescente dos aristocratas/nobreza nesse papel, que começa
a ascender ao poder político decisório;
D) Mesmo com a resistência da narrativa religiosa, o processo de monetarização das relações econômicas foi
progressivamente fortalecido, colocando a prática de
empréstimos a juros - usura - como realidade praticada
pelos burgueses com a aristocracia, cada vez mais endividada, e com o próprio Estado, que assim se tornou
também dependente dos empréstimos a juros para seus
necessário empreendimentos;
E) As ações de negociação comerciais fortaleceram princípios na ordem religiosa católica, justificadas na teologia Tomás de Aquino e Agostinho que, baseando-se
no direito canônico e nas suas origens aristocráticas,
eram profundos defensores da monetarização da economia, o que incluía a usura.
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