A) A mudança na anatomia do pé ocasionada por alterações da estrutura óssea cria pressões anormais, facilitando o surgimento de úlceras. O outro fator funcional é a marcha, isto é, além da falta de sensibilidade, o pé é submetido a esforços, como longas caminhadas, passos largos ou corridas, presença de objetos estranhos nos calçados (pedras, pregos), o que
contribui para o desenvolvimento da úlcera.
B) As úlceras neurotróficas são classificadas em graus,
de acordo com o comprometimento dos tecidos, desde uma lesão superficial até lesões mais profundas,
com comprometimento de articulação, tendões e ossos, sendo muito comum a osteomielite, com posterior necrose, gangrena e perda de segmentos ósseos.
C) A calosidade (espessamento da queratina causada
pela pressão dos tecidos à fricção) e tensões nas
áreas que suportam maior peso, também constituem
risco para as úlceras. Quando os calos são muito espessos, podem ser considerados como protetores,
mas quando sua espessura é pequena e sua localização se dá em áreas com aumento da sensibilidade,
prejudicam os tecidos moles e tornam-se fatores
predisponentes de úlcera, além de serem comuns nas
bordas das úlceras neurotróficas.
D) Considerando-se a perda da sensibilidade e o aumento da pressão como fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras, algumas medidas podem ser
adotadas para monitorar a evolução da pressão nessas áreas de risco, como: orientação sobre o uso de
calçado, palmilhas especiais, sobre as atividades diárias e adaptação dos instrumentos de trabalho.
E) As úlceras neurotróficas podem ser descritas a partir
das seguintes características: são lesões anestésicas,
circulares, geralmente quentes e não apresentam sinais de infecção. Desenvolvem-se sobre áreas de
proeminências ósseas, com maior frequência nos
membros inferiores. Geralmente são precedidas por
hiperqueratose.